Cada vez mais brasileiros acompanham de perto as oportunidades no Japão — seja pelo histórico do dekassegui (trabalhadores migrantes no Japão) ou pelo aumento de vagas para estrangeiros em áreas como manufatura, logística e serviços.
Se você está considerando começar, ou recomeçar, a vida em terras japonesas, entender como funciona o salário mínimo no Japão é fundamental para planejar moradia, alimentação, transporte e até mesmo o envio de dinheiro para a família no Brasil. Para as transferências internacionais, conte com a Remitly e faça seus envios de forma segura, prática e economizando em taxas.
Diferente do Brasil, o Japão define o salário mínimo por prefeitura (província), e o valor é por hora. Todo ano, no início do 2º semestre, um conselho nacional recomenda um aumento e cada prefeitura confirma o novo piso, que costuma entrar em vigor entre outubro e novembro. Em 2025, o Japão voltou a elevar os pisos, com média nacional ponderada de ¥1.121/hora, e Tóquio superando a marca de ¥1.226/hora.
Neste guia completo, você vai encontrar: valores atualizados do salário mínimo por região, exemplos de conversão para reais, uma comparação realista com a situação brasileira, custos de vida (aluguel, alimentação, transporte), direitos trabalhistas, dicas para maximizar sua renda e links úteis para quem procura emprego ou quer enviar dinheiro ao Brasil. Continue lendo para descobrir tudo sobre trabalhar no Japão.
Como é o salário mínimo no Japão?
O salário mínimo japonês, conhecido como saiteichingin, é calculado por hora e determinado de forma distinta para cada prefeitura. O governo central, por meio do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem‑Estar (MHLW), divulga as diretrizes nacionais e mantém um portal com os valores por região, mas são os conselhos locais que deliberam e definem os valores e datas de vigência em cada localidade.
Existe ainda uma média nacional ponderada, usada apenas como referência estatística — mas o que realmente importa para o seu contracheque é o valor da prefeitura onde você trabalha. Além dessas regras regionais, podem existir salários mínimos específicos para certos setores, embora sejam menos comuns em atividades como arubaito (trabalho temporário ou em meio período) ou funções operacionais.
Valores atuais do salário mínimo japonês (2025)
Em 2025, o salário mínimo japonês apresenta uma média nacional ponderada de ¥1.121 por hora, resultado de um reajuste recomendado de ¥63 em relação ao ano anterior.
Os valores mais altos são encontrados nas grandes capitais econômicas: em Tóquio, o piso deve chegar a ¥1.226 por hora (com vigência prevista para 3 de outubro de 2025), enquanto em Kanagawa (Yokohama) o valor atinge ¥1.225 e, em Osaka, ¥1.177 (entrada em vigor em 16 de outubro). Na região de Aichi (Nagoya), o mínimo sobe para ¥1.140, já valendo a partir de 18 de outubro de 2025.
Essas atualizações são definidas pelos conselhos nacionais e locais, com base em recomendações do Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar (MHLW) e comunicados oficiais divulgados pela imprensa japonesa.
Pela primeira vez, todas as 47 prefeituras do Japão terão um salário mínimo acima de ¥1.000 por hora, consolidando um novo patamar histórico para trabalhadores no país. Os valores mais elevados continuam concentrados na Grande Tóquio e na região de Kansai, enquanto os pisos mais baixos — ainda assim superiores a ¥1.000 — estão presentes principalmente em áreas como Tohoku, Kyushu e Shikoku.
Essas diferenças refletem tanto o custo de vida quanto a dinâmica econômica de cada região, aspectos essenciais para brasileiros que planejam trabalhar no Japão.
Conversão em reais
Para facilitar a comparação, usamos a taxa de câmbio de 1 ¥, aproximadamente R$0,0367 (referência comercial de 10/09/2025). Com isso, o salário mínimo em Tóquio (¥1.226/h) equivale a cerca de R$44,94 por hora, enquanto em Osaka (¥1.177/h) chega a R$43,17/h e, em Aichi (¥1.140/h), a R$41,84/h.
No Japão, o cálculo mensal costuma considerar cerca de 173 horas de trabalho por mês (base de 40 horas semanais). Assim, em Tóquio, por exemplo, ¥1.226 x 173 resulta em aproximadamente ¥212.098, o que corresponde a cerca de R$7.787 mensais. Esses valores são brutos e não incluem horas extras, adicionais noturnos, descontos de seguro social ou impostos.
Salário mínimo no Japão e Brasil
No Brasil, o salário mínimo nacional em 2025 é de R$1.518 por mês, em vigor desde 1º de janeiro de 2025 (conforme decreto publicado em 30/12/2024).
Já no Japão, o salário mínimo é calculado por hora trabalhada. Veja como ficam os valores em reais, usando a cotação de setembro de 2025 e considerando uma jornada padrão de 173 horas mensais:
- Tóquio: ¥1.226 por hora — cerca de R$44,94/hora, totalizando aproximadamente R$7.787 por mês
- Osaka: ¥1.177 por hora — cerca de R$43,17/hora, aproximadamente R$7.465 por mês
- Aichi (Nagoya): ¥1.140 por hora — cerca de R$41,84/hora, aproximadamente R$7.238 por mês
Ou seja, a remuneração mensal mínima no Japão é várias vezes maior que a do Brasil, mesmo antes dos descontos obrigatórios.
Mas não podemos deixar de falar sobre o poder de compra. Viver em Tóquio pode ser mais caro em muitos aspectos, mas nem todos os itens acompanham esse padrão de preços. Veja a seguir exemplos de custo de vida em 2025, para entender melhor como o salário mínimo japonês se compara ao brasileiro no dia a dia.
Custo de vida no Japão: o que esperar
Moradia
Os valores de aluguel variam muito por bairro e distância do metrô. Em 2025, imóveis de 1 quarto médio custam cerca de ¥188.000 (R$6.867) se forem no centro e ¥106.000 (R$3.872) fora do centro. Em Osaka, os valores são significativamente mais baixos e, em Nagoya, ainda mais.
Para economizar, as alternativas são dividir casa, morar em um apato (apartamentos menores e mais acessíveis) ou em dormitórios fornecidos por empresas. Essa última alternativa é bastante comum em fábricas e konbini (lojas de conveniência).
Alimentação
Uma refeição simples gira em ~¥1.000 a ¥1.200 (R$37 – R$44). Cozinhar em casa reduz os custos, principalmente se você aproveitar as promoções e os descontos em itens próximos do vencimento nos supermercados. Redes de bentō (marmitas) também são uma alternativa mais econômica para refeições.
Transporte
A tarifa unitária do metrô de Tóquio depende da distância, exemplo: ¥180 (R$6,58) para 1–6 km; ¥210 (R$7,67) para 7–11 km.
Commuter pass (teikiken): o passe mensal entre duas estações reduz o gasto de ida/volta. Por exemplo: Kichijōji para Shinjuku ~¥6.510/mês (R$237,80). Fique atento, porque esse valor pode variar conforme rota e empresa de transporte.
Bicicleta (mamachari): a compra nova de um modelo básico costuma ficar em ~¥10.000 a ¥25.000 (R$365 – R$913). O aluguel por hora em cidades turísticas custa ~¥100 a ¥300 (R$3,65 – R$11).
Como o salário mínimo afeta trabalhadores brasileiros
Os tipos de trabalho mais comuns para estrangeiros no Japão envolvem áreas como manufatura (autopeças, eletrônicos), logística, alimentos e bebidas, além do varejo — especialmente em konbini (loja de conveniência) e redes de fast food. Para quem tem domínio intermediário ou avançado de japonês, surgem oportunidades em atendimento, hotéis, tecnologia da informação e ensino de idiomas.
Mesmo se você não falar japonês, aqui estão alguns termos importantes para o dia a dia do trabalhador:
- trabalho de meio período (arubaito),
- tempo integral (seishain)
- seguro social (shakai hoken).
No trabalho de meio período, o pagamento costuma ser feito por hora e a jornada é mais flexível. Já o emprego em tempo integral geralmente oferece salário mensal fixo, benefícios e estabilidade, mas o piso por hora ainda serve de referência para cálculos de adicionais.
Quando faz horas extras, o trabalhador recebe pelo menos +25% sobre a hora normal, +50% se ultrapassar 60 horas extras no mês. Também há um adicional de +25% por trabalho noturno (entre 22h e 5h) e +35% nos feriados. Esses percentuais podem ser acumulados, como no caso de hora extra noturna.
Entre os benefícios mais comuns estão o seguro social (shakai hoken), que inclui saúde, pensão e seguro-desemprego; o auxílio transporte (reembolso de teikiken, que é um tipo de passe de transporte público); e os bônus sazonais (shōyo), prática do mercado japonês, embora não obrigatórios por lei — sempre confira as condições no seu contrato.
Dicas práticas para maximizar sua renda no Japão
Aprender japonês é fundamental para quem busca melhores salários e oportunidades. Mesmo níveis intermediários, como N4 ou N3, já fazem diferença no valor pago por hora.
Vale a pena comparar as prefeituras antes de decidir onde trabalhar. Em 2025, Tóquio e Kanagawa oferecem os maiores salários, mas o custo do aluguel é mais alto, impactando diretamente o poder de compra. Regiões como Aichi, Osaka e Kyoto costumam equilibrar melhor remuneração e custo de vida, enquanto Fukuoka surge como opção interessante para quem trabalha em serviços.
Buscar empresas que oferecem moradia, seja em dormitórios ou apartamentos subsidiados, pode reduzir bastante o maior gasto no Japão: o aluguel. Também é possível aumentar a renda com horas extras, mas é importante equilibrar trabalho e saúde.
Utilize portais confiáveis para encontrar vagas, além do serviço público Hello Work, que tem centros voltados para estrangeiros. Alguns dos principais sites são:
Planeje o transporte com atenção e calcule o valor do passe mensal (teikiken) para a rota de trabalho antes de fechar contrato. Para quem pretende enviar parte do salário ao Brasil, vale pesquisar opções para otimizar as remessas e pagar menos taxas.
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Direitos trabalhistas e salário mínimo
O valor por hora estabelecido pela sua prefeitura é o piso legal — nenhuma empresa pode pagar menos do que isso.
Se desconfiar de irregularidades, como salário abaixo do piso, falta de pagamento de horas extras ou adicionais, é possível buscar ajuda no Escritório de Inspeção das Normas Trabalhistas (Labour Standards Inspection Office) ou em centros do MHLW, muitos com atendimento em português.
Entre os principais canais de suporte, estão:
- Lista oficial do MHLW com contatos por província para estrangeiros
- Rede de inspeção trabalhista: como funciona
- Houterasu (orientação jurídica gratuita)
Para calcular quanto realmente entra no bolso, multiplique o valor por hora da sua prefeitura pela carga horária mensal prevista (geralmente entre 160 e 180 horas). Adicione eventuais horas extras, noturnas e feriados, considerando os percentuais previstos em lei.
Lembre-se que descontos de seguro social (shakai hoken) e impostos reduzem o valor líquido — isso varia de acordo com a faixa salarial e o contrato. Para converter de iene para real, multiplique o valor por 0,0367 (cotação de referência de 10/09/2025), sempre conferindo a taxa do dia antes de enviar dinheiro ao Brasil.
Planeje sua jornada profissional no Japão
Os valores de 2025 trazem um novo patamar para o salário mínimo no Japão, com todas as prefeituras superando ¥1.000 por hora. Em destaque, Tóquio e Kanagawa se mantêm no topo, pagando entre ¥1.225 e ¥1.226 por hora, enquanto a média nacional chega a ¥1.121/h. Esses pisos representam um avanço importante para quem busca oportunidades no país.
Na prática, o que realmente chega ao bolso do trabalhador depende não só das horas trabalhadas e dos adicionais legais, mas também dos benefícios recebidos e, principalmente, dos custos com moradia e transporte.
Para brasileiros, a adaptação é mais fácil quando se investe no aprendizado do idioma, busca vagas com moradia ou apoio local, planeja bem o transporte e controla os gastos do dia a dia. E, ao enviar dinheiro para o Brasil, vale sempre comparar velocidade e custos — a Remitly oferece conteúdos e ferramentas para ajudar você a tomar a melhor decisão.
Perguntas frequentes
1) Qual é o salário mínimo atual no Japão?
Em 2025, a média nacional recomendada para o salário mínimo no Japão é de ¥1.121 por hora. Mas atenção: o valor que realmente importa é o da prefeitura onde você trabalha. Só para ter uma ideia, os pisos ficam assim nas principais regiões: Tóquio paga ¥1.226/h, Kanagawa chega a ¥1.225/h, Osaka fica com ¥1.177/h e Aichi paga ¥1.140/h.
2) Dá para viver com salário mínimo no Japão?
Depende de cidade, tipo de moradia e horas extras. Em Tóquio, o aluguel pesa; em Osaka, Nagoya e Fukuoka, a conta tende a fechar melhor. Dividir moradia e aproveitar adicionais ajuda.
3) Como converter salário japonês para reais?
Para saber quanto você vai receber em reais, basta multiplicar o valor do seu salário por hora (em ienes) pela quantidade de horas trabalhadas no mês. Depois, converta para reais usando a cotação do dia (por exemplo, 1 ¥ ≈ R$0,0367 em 10/09/2025). Só não se esqueça: ao enviar dinheiro para o Brasil, pode haver tarifas ou custos de câmbio.
4) Trabalhadores estrangeiros têm os mesmos direitos?
Sim. O piso/hora da prefeitura vale para todos, inclusive estrangeiros, e adicionais por hora extra/noturna/feriado são previstos em lei. Procure o Labour Standards Inspection Office em caso de dúvida ou abuso.
5) Quanto custa viver em Tóquio com salário mínimo?
Varia de acordo com o bairro e moradia. Como referência, um imóvel de 1 quarto no centro fica perto de ¥188.000/mês; fora do centro é mais barato. O passe mensal melhora a conta. Calcule usando o seu valor/hora e verifique bairros com bom custo-benefício.